quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Doenças: (1)Relacionadas a Glicocorticóides.

Se os corticóides, juntamente com os hormônios da tireóide, são responsáveis pela manutenção do metabolismo, logicamente sua falta ou excesso provoca desvios metabólicos que acarretam em várias implicações. Portanto, vejamos separadamente o que é e qual é a causa de cada doença relacionada a esses hormônios.
Este post irá tratar sobre as doenças relacionadas a glicocorticóides, lançaremos outro que irá abordar as doenças e síndromes relacionadas aos hormônios tireoideanos.

Hormônios das suprarrenais (corticóides):

(1)Glicocorticóides.

a)Síndrome de Cushing:
Pode ser causada por fatores endógenos(internos) ou exógenos(externos). Na vasta maioria dos casos, a Síndrome de Cushing é exógena, provocada pelo excesso de hormônios sintéticos. As causas endógenas são: produção em excesso de cortisol (glicocorticóide imunossupressor, antiinflamatório) pela suprarrenal, independente do nível de ACTH (hormônio da hipófise estimulador das glândulas suprarrenais), ou pelo excesso da produção de ACTH, conhecida como Síndrome de Cushing Hipofisária.

Ou seja: A síndrome pode ser uma alteração hipofisária ou suprarrenal.

O paciente acarreta um conjunto de sintomas. Inicialmente: Hipertensão, Aumento repentino de peso; Em um estágio um pouco mais evoluído: Depósito de gordura em locais incomuns, como no pescoço, no tronco ("corcunda") e no rosto, formando a famosa "lua cheia"; Estrias abdominais; Fraqueza muscular; Surgimento de hematomas devido ao afinamento da pele. Nas mulheres também ocorrem alterações menstruais.







b)Doença de Addison(insuficiência adrenocortical crônica):

É causada pela baixa ou insuficiente produção de glicocorticóides, pela suprarrenal, provocada, de 60% a 70% dos casos, pela doença auto-imune. Como o nome já implica, há uma destruição autoimune das células produtoras dos hormônios. Infecções, como a tuberculose e as provocadas por fungos, podem ser uma das causas da insuficiência adrenocortical crônica primária. Também pode ser provocada por carcinoma metastático.

O próprio Thomas Addison caracterizou os sintomas como "languidez e debilidade gerais, fraqueza marcante da ação cardíaca e uma mudança peculiar na cor da pele".
A Doença de Addison começa sem muitos sintomas e não chama a atenção até que os níveis de glicocorticóides e mineralocorticóides circulantes estejam significativamente diminuídos. Inicialmente, ocorre fraqueza e fadiga. É comum a ocorrência de distúrbios gastrointestinais, vômitos, perda de peso, diarreia, anorexia. Na doença adrenal primária, há uma caracterísitca hiperpigmentação da pele, principalmente nas áreas expostas ao sol e nos pontos de pressão, como nos cotovelos e joelhos.
Na Insuficiência Adrenocortical Secundária, ocorre um distúrbio no hipotálamo ou na hipófise, que diminui significativamente a produção de ACTH, alterando indiretamente o nível dos corticóides. Nesse caso, a hiperpigmentação da pele não ocorre, porque os níveis do hormônio estimulador dos melanócitos não estão alterados.

c)Síndrome de Waterhouse-Friderichsen

É a mais destruidora das síndromes conhecidas, relacionadas a corticóides, porém a mais rara.
É mais comum em crianças, porém pode ocorrer em qualquer idade. É uma infecção bacteriana das suprarrenais, mais comumente causada por Neisseria meningitidis. Porém, também pode ser uma infecção viral.
As suprarrenais são convertidas a sacos de sangue coagulado(...)
O hospedeiro acarreta hipotensão progressiva; Coagulação por dentro dos vasos, particularmente da pele; Ocasionando, a maior prazo, a insuficiência adrenocortical, associada com a hemorragia suprarrenal.
 
Referências:  Patologia: Bases Patológicas das Doenças - Robbins & Cotran

Por: Matheus Naves Gonçalves.

Pesquisa: Estradiol e a diferenciação de comportamento sexual.

Os esteróides têm importância fundamental no comportamento sexual. Existem dois tipos de controle por esses hormônios: o ativacional e o organizacional. Este refere-se ao fato que a diferenciação do cérebro em comportamentos que distinguem os sexos podem ser alterados em determinados pontos do desenvolvimento cerebral.
A visão clássica da diferenciação cerebral dar-se da seguinte maneira:
- Se houver presença de testosterona, haverá comportamento masculino;
- Se houver ausência de testosterona, haverá comportamento feminino.

Para assistir um tutorial que explica a via clássica de diferenciação, clique no link abaixo:



Novas pesquisas estão em andamento que indicam que essa visão simplista não corresponde na realidade.

Mc Ewen, à exemplo, propôs uma nova função a uma proteína já conhecida produzida pelos hepatócitos fetais e presente no plasma fetal chamada de α-fetoprotein (AFP). Sabe-se que ela protege o cérebro fetal durante seu desenvolvimento e Mc Ewen propôs que ela também seria responsável por ligar-se ao estradiol impedindo a defeminilização em caso de duplo X.

A pesquisa do artigo referente indica que ocorre durante a vida fetal do embrião a defeminilização pelo estradiol (vindo da testosterona) e, no caso da mulher, não ocorre pela presença da α-fetoprotein (AFP) que tem alta afinidade pelo estradiol impedindo-o de ligar-se ao cérebro. Após o nascimento, não ocorrerá mais a síntese de AFP e assim o estradiol terá função de diferenciação feminina.

Isso ocorre porque a testosterona pré-natal leva dois caminhos. O primeiro é se ligar ao receptor de androgênio e o outro é ser transformado em estradiol para assim masculinizar e/ou defeminilizar o feto.

Uma evidência de que isso ocorre é que os ovários fetais do ratos utilizados para pesquisa não possuem as 3 enzimas necessárias para produção de estradiol (P450scc, P450c17 e 450arom) e os testículos fetais dos ratos as possuem. O estradiol fetal presente apenas no plasma fetal masculino, portanto, levará a defeminilização pré-natal e mesmo se houver no estradiol secretado pela mãe no plasma do feto XX será bloqueada pela presença da α-fetoprotein (AFP).

Usaram-se algumas substâncias a fim de comprovar a tese. O Tamoxifen é uma antagonista do estrogênio e aplicado durante o desenvolvimento fetal, percebeu-se uma baixa capacidade posterior de desenvolvimento de comportamentos femininos. Usando-se ATD (1,4,6-androstatrene-3,17-dione), que é um inibidor da transformação de testosterona em estradiol, observou-se menor diferenciação para o comportamento masculino.

Fontes:
Role for estradiol in female-typical brain and behavioral sexual differentiation
Julie Bakkera* and Michael J. Baumb
Farmacologia, Rang and Dale
Por: Manuela Chianca

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Andrógenos

O principal andrógeno é a testosterona, que é produzido pelas células intersticiais do testículo, principalmente, e pelo córtex da suprarrenal- regulado pelo ACTH. Essas células liberam androstenediona e desdroepiandrosterona e são metabolizados em testosterona no fígado.
A testosterona tem efeitos diversos dependendo do grau de maturidade sexual do organismo.
Em garotos na puberdade:
-rápido desenvolvimento de caracteres sexuais secundários
-maturação dos órgãos reprodutores
- aumenta a força muscular
- altura aumenta gradualmente
- efeitos anabólicos: retenção de água e sal
- pele engrossa e pode escurecer
- ativa as glândulas sebáceas (acne)
- pêlos na região pubiana e axilar
- corda vocal hipertrofia
- aumenta bem-estar
- pode aumentar a libido
- maior vigor físico


Já em garotos em fase pré-púbere, não há alcance de altura total que se poderia atingir, uma vez que há fechamento prematuro das epífises dos ossos longos.
Em mulheres, em doses altas, há “masculinização”. Se bem dosado, não obstante, pode restaurar as concentrações normais de testosterona plasmática e melhorar a disfunção sexual comum após a ovariosectomia.

O mecanismo de ação da testosterona é feito por meio do metabólito ativo diidrotestosterona que é convertido localmente pela enzima 5-α-redutase. Causa virilização do trato genital masculino e regula a produção de LH/ICSH pelas células da hipófise anterior. Os receptores tanto da testosterona, como também da diidrotestosterona são intracelulares.



Quando aplicada testosterona exógena, há uma série de efeitos adversos. A baixa produção de gonadotrofina pelo feedback negativo que a presença da testosterona irá causar, pode levar a infertilidade. Além disso, prejudica o crescimento em crianças, além de aumentar a incidência de carcinoma do fígado. Um outro fato é o aumento de acne e a masculinazação de meninas.

Alguns andrógenos podem ser modificados sinteticamente para obter novos compostos com funções anabólicas diversas. A nandrolona e o estanolozol são dois desses compostos que por aumentarem a síntese protéica , os atletas costumam utilizá-los. Eles causam icterícia colestática, tumores hepáticos e aumentam o risco de doença cardíaca coronária. São largamente utilizados em terapias de anemias aplásticas.

Fonte:Farmacologia, Rang and Dale

Por: Manuela Chianca

Estrogênios

Hormônios responsáveis pela maturação de órgãos reprodutores e pelo fechamento de diáfises em ossos longos. O ovário e a placenta os produzem, além do testículo e do córtex da suprarrenal produzi-lo em quantidade menos expressiva. Assim como várias outras substâncias, o colesterol é a substância inicial que lhe dará origem. A androstenediona (testosterona) é, no entanto, o precursor inicial dessa classe. Os três estrogênios endógenos são o estradiol, a estrona e o estriol, sendo o primeiro o mais importante e produzido pelo ovário.


O estrógeno e a progesterona agindo em conjunto, aumentam a síntese de receptor de progesterona no útero, na vagina, na hipófise anterior e no hipotálamo. Já a ação da progesterona diminui a síntese de receptor de estrógeno no trato reprodutor.
A prolactina aumenta os receptores de estrógeno nas glândulas mamárias sem, contudo, inteferir no útero.

Os efeitos exógenos desses hormônios variam de acordo com estágio de maturação sexual em que o paciente for medicado.
-Se aplicado durante o hipogonadismo primário, acelera o desenvolvimento de caracteres secundários e o crescimento;
-Se aplicado em adultos com amenorréia primária (falta de menstruação) conjuntamente com progestorona, força um ciclo menstrual;
-Se aplicado em mulheres maduras sexualmente, pode funcionar como contracepcional;
-Se aplicado durante ou pós a menopausa, pode prevenir seus sintomas e da perda óssea.

Eles têm ações metabólicas diversas,como as ações anabólicas discretas e as mineralocorticoide- regulação hídrica e eletrolítica. Além disso, aumenta a concentração de HDL- lipoproteína de alta densidade- no plasma sanguíneo, explicando, portanto, a menor incidência de doenças ateromatosas em mulheres. Ativa também o mecanismo de coagulação sanguínea, causando maior incidência de tromboembolia em casos de mal uso de tal substância.

Assim como outros esteróides, os estrogênios têm receptores nucleares do tipo 4 além dos do tipo ERα e ERβ. Estes receptores levarão a via clássica de ativação ou repressão gênica, ou seja, transcrição e tradução de genes.
Além dessas vias, há receptores de membrana que iniciam ações vasculares rápidas. É o β-17-estradiol que mediará o início a uma vasodilatação aguda.


Quando usado como fármacos, ou quando produzidos em maior quantidade pelo corpo, os estrogênios podem causar diversos efeitos:
-hipersensibilidade da mama;
-náusea;
-vômito;
-anorexia;
-retenção de água e sal, com possível edema;
-tromboembolia;
-hiperplasia endometrial;
-anomalias genitais no bebê em formação no útero da mãe.

O Raloxifeno é um modulador seletivo dos estrogênios. Aumenta os receptores desses hormônios em ossos, no metabolismo de lipídio e na coagulação sanguínea, entretanto diminui no útero e na mama. É usado no tratamento e prevenção de osteoporose na pós-menopausa. Apesar de ainda ser indefinido, está relacionado a menor incidência de câncer de mama positivo para receptor de estrogênio.


Fonte:Farmacologia, Rang and Dale

Por: Manuela Chianca

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Respostas das perguntas

1) É do conhecimento de todos que as catecolaminas são neurotransmissores (como adrenalina, noradrenalina e epinefrina). Então, como elas atuam na ativação das lipases? (by group Bioquímica do Envelhecimento).

As catecolaminas são compostos que contém um ciclo catecol e uma cadeia lateral de amina. As principais catecolaminas são adrenalina, noradrenalina, dopamina e epinefrina. Dependendo da resposta que está sendo mediada, há dois tipos de receptores adrenérgicos -receptores intracelulares ligados à proteína G- α e β. Dentre esses tipos, ainda há subtipos:  α1 e α2; β1 ,β2 e β3. Cada um desses subgrupos, está associado a um sistema de segundos mensageiros.
O segundo mensageiro do receptor β3 aumenta a concentração de AMPc, cuja síntese necessita de glicocorticóides, ativando lipases. Assim, se houver aumento de produção ou de glicorticóide exógeno, haverá maior quebra de gordura e conseqüente redistribuição desta pelo corpo.

2) As catecolaminas atuam na regulação do aumento da taxa de despolarização e de produção de potenciais de ação, assim aumentando a frequência cardíaca e, por conseqüência, regulam o sistema cardiovascular. Qual a consequência do uso de corticóides no balanço das catecolaminas e na regulação cardíaca? (by group Bioquímica da Obesidade)

Na verdade, os corticóides não se relacionam os as catecolaminas alterando a freqüência cardíaca, mas sim alterando a distribuição de gordura como explicado na primeira questão.

3) Qual a função e a importância da injeção de corticóide aplicada em gestantes? (by group Bioquímica da Nutrição)

As injeções de corticosteróides em gestantes servem para o desenvolvimento dos pulmões dos bebês que irão nascer prematuros. Betametasona e dexametasona são as duas substâncias mais usadas e devem ser administradas injeções intramusculares em no máximo 24 horas antes do parto. Ela é usada para diminuir a incidência de RDS (respiratory distress syndrome) e de hemorragia intracraniana. O uso regular dessas injeções é atualmente questionado. Novos estudos indicam que uma dose é o suficiente para se atingir os objetivos e que constantes aplicações de corticosteróides podem levar à paralisia infantil, além de problemas de comportamento.

Bibliografia: Farmacologia - Rang e Dale




Postado por: Manuela Chianca

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Relação entre stress e corticoides

      O stress se caracteriza como um quadro externo que altera o estado fisiológico de equilíbrio de um organismo, causando disfunções em diversos sistemas sejam eles circulatório, nervoso ou endócrino.
      Existe, basicamente, dois tipos de stress: o físico e o mental.
      O stress físico é aquele que agride de alguma forma alguma estrutura do corpo humano, sendo um exemplo a lesão de algum membro. Ao se fraturar tanto um osso quanto um músculo, diversos sinais químicos, como fragmentos celulares, são liberados na corrente sanguínea ativando sistemas de reparo, como a cascata de coagulação, e de defesa, como a ativação dos leucócitos, que desregulam a atividade normal do corpo.
      No caso do stress mental, o desequilíbrio ocorre através da elevação da atividade cerebral e no aumento de neurotransmissores que aumentam o estado de vigília do corpo como a nora-epinefrina. Nesse caso o estímulo para o stress é uma situação social, seja ela se tratando de relacionamentos ou de trabalho e estudo, que faz com que a pessoa aumente o estado de atenção, aumentando consequentemente os batimentos cardíacos, a sudorese, a dilatação da pupila e outros sintomas.
      A relação desses dois tipos de stress com corticoides se dá pelos efeitos fisiológicos e bioquímicos que os glicocorticoides, especialmente o cortisol, geram no organismo. Um dos efeitos do cortisol é a elevação da gliconeogênese que eleva a glicemia através do estímulo à transcrição de genes que geram enzimas participantes dessa reação, esse efeito é o que se relaciona com o stress. Sob condições estressantes, anteriormente citadas, o corpo se vê obrigado a tomar atitudes para se livrar desse desequilíbrio, e para que ocorra essas reações é necessária grande quantidade de energia, energia essa que será obtida através da alta concentração de glicose circulante através dos vasos.
      As reações restabelecedoras do equilíbrio são: o mecanismo de coagulação sanguínea, a cicatrização da pele e dos ossos, a recaptação de neurotransmissores, o mecanismo de feedback negativo, a ativação do sistema imune, dentre outros.
      A relação entre stress e o cortisol é tão grande que se é possível medir o nível de stress através da concentração de cortisol na saliva.
      Portanto o cortisol não chega a ser um causador do stress, ele é uma forma que o corpo encontrou para se proteger dos efeitos do stress. A causa do stress reside no estilo de vida que se tem, com rotinas cansativas, estilo de vida sedentário e a própria forma como se é vista a vida, então para se livrar, ou pelo menos diminuir o stress é necessário mudar o modo de vida. 





Kit para teste do nível de stress apartir da quantidade
de cortisol na saliva






 Imagens: www.grupoezequiel.org/cancer/images/stress.gif
 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1Q6iiNZjbQa1YkSygyKIV2Llw2JMIVzW2iwdjaWZY2bRsJ0TmR1HwZgOHAJUqUp1Tjtn80uxJ584SuDgjZlsGYf7PlNnJ3e4JBSTmzkmBgLC-k7UmIPBCTnIKLFNn5aOn0Et5JGTFNoUl/s1600/stress%5B1%5D.jpga
 http://2.bp.blogspot.com/_y7Vd7tpoDSI/TA-prh_qx0I/AAAAAAAADfE/sdn_o9UodIg/s400/Stress.jpg
 http://www.salimetrics.com/assets/images/photos/products/salivary-assay-kits/research-kits/kit-2.jpga 



Postagem: Lucas Menez de Oliveira

O Bócio. (Glândula tireóide)

"Em Goiás, toda família tem um bobo e um papudo."
É, tirando a parte do "bobo", esse ditado preconceituoso já fez algum sentido, no passado.

Antes que comecem a atirar pedras, deixe-me explicar: A frase surgiu por causa do "bócio", um fenômeno anormal, também endêmico, que é basicamente um inchaço exagerado na glândula tireóide. O bócio pode ser causado pela falta de iodo na alimentação, um mineral essencial na produção dos hormônios T3(tri-iodotironina) e T4 (tiroxina). A tireoide retira o iodo dos alimentos e utiliza-o na síntese de seus hormônios. O iodo está na composição química dos mesmos, e se encaixa na cadeia aromática dos compostos. O número de cada hormônio revela o número de átomos de iodo presentes na sua respectiva cadeia carbônica.

O problema é que esse mineral só pode ser encontrado naturalmente nos peixes e nos frutos do mar. Em regiões não-litorâneas (Goiás, por exemplo), o consumo de frutos do mar é consideravelmente baixo, o que acarreta em uma baixa de iodo no organismo. Num mecanismo "desesperado" de maior obtenção de iodo dos alimentos, a tireoide cresce, aumentando a superfície de contato com o alimento e, consequentemente, a eficácia na absorção de iodo. Daí o surgimento do "bócio endêmico", por haver mais casos em regiões específicas(não-litorâneas).

Porém, isso é coisa do passado. Esse problema foi quase completamente sanado graças a uma lei que estipulou uma quantidade mínima de iodo que deve ser adicionada a todo sal de cozinha vendido. Hoje, o número de casos de bócio endêmico no Brasil encontra-se no nível "aceitável", de acordo com a OMS.

IMPORTANTE: A ingestão de peixes e frutos do mar ainda continua importantíssima, porque esses alimentos contêm vários outros nutrientes importantíssimos para a nutrição humana, como o Ômega 3.

Fatos sobre o Bócio

- Pode ser tóxico (com hiperfunção glandular tireóidea) ou atóxico (sem hiperfunção da tireóide)
- Pode ter outras causas, além da disfunção alimentar (é chamado esporádico)
- Pode ser classificado como uninodular, multinodular ou difuso (observe os casos na primeira foto)
- Pode acontecer em conjunto com hipotireoidismo, com hipertireoidismo ou com a tireóide normofuncionante.


Referências:
www.projetodiretrizes.org.br/4_volume/03-Bocioat.pdf
Fotos:

http://biobio-obesidade.blogspot.com/ (indico esse blog ;] )
http://www.clinicaq.com.br/site/index.php?Itemid=29&id=92&option=com_content&task=view

Postagem: Matheus Naves Gonçalves.