terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ação anti-inflamatória do Cortisol

          O uso de cortisol é bastante difundido para o controle de inflações instauradas e, por muitas vezes, e uso é indiscriminado que pode gerar consequências dolosas. Apesar de ser chamado inespecificamente de corticoides, os compostos usados no tratamento de inflamações são apenas uma classe dentro dos corticoides que são os glicocorticoides. Os mais utilizados são o cortisol, a cortisona(artificial), a prednisona(artificial), a metilprednisona(artificial) e a dexametasona(artificial).Os efeitos de todos esses glicocorticoides são semelhantes e por isso será explicado aqui o cortisol, que é o mais estudado, por ser produzido em nosso corpo.


           O cortisol atua inibindo os sinais que estimulam o início do processo inflamatório. Dentre os sinais principais estão a ativação de leucócitos através de contato com fragmentos celulares e outras substâncias como histamina, bradicinina e enzimas proteolíticas. Esses sinais informam aos leucócitos que algo está errado e que células estão sofrendo lise. Uma das ações do cortisol é impedir a degradação dessas células através da estabilização das membranas dos lisossomos, dificultando sua ruptura e a consequente lise da célula. 

 
           O cortisol também reduz a permeabilidade dos vasos sanguíneos, diminuindo a diapedese de células de defesa sanguíneas, como monócitos, e diminui o extravasamento de plasma para o interstício, reduzindo os edemas. Além disso, o cortisol reduz a reprodução de linfócitos, diminuindo a ação do sistema imune, já que são os linfócitos que iniciam o processo inflamatório, reconhecendo, primeiramente os antígenos.

           Por conta dessas características ele é usado no tratamento de doenças auto-imunes, asma, alergias, edema cerebral, transplante de órgãos, doença de Addison, bronquite dentre outros tantos. 

 
           Em relação aos perigos do uso indiscriminado de glicocorticoides o problema normalmente se dá por que essa é uma substância que o corpo também produz e através de um mecanismo de feedback, a produção natural de cortisol pelo córtex das adrenais é inibida. Enquanto o uso do medicamento é feito não se tem problema porque a quantidade de cortisol necessária está vindo de fontes externas, mas se o remédio é retirado de maneira abrupta as adrenais não conseguem suprir o corpo com o hormônio. Desse modo, os sintomas que aparecem são os relacionados ao hipo-adrenalismo, como baixa disponibilidade de glicose entre as refeições e baixo poder de combater uma situação de stress.


           Outro perigo do “corticoide” é que se usado de forma muito prolongada, pode ter ação supressora do sistema imune, podendo levar a infecções que não são devidamente combatidas pelo corpo, podendo um vírus pouco perigoso como o da gripe debilitar seriamente uma pessoa, podendo ela chegar a morte. Por isso a importância de se tomar tal medicação com acompanhamento médico e a necessidade de parar de tomar o cortisol de maneira regressiva, para que o corpo possa voltar a produzir normalmente o hormônio.






Referências: Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica

Postado por: Lucas Menez de Oliveira

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